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O QUE ESPERAR DE UMA PREVISÃO?

Cada vez mais as pessoas buscam um astrólogo com a finalidade de tomar conhecimento sobre as promessas de seu destino e não apenas para o autoentendimento, embora muitas vezes uma coisa não esteja separada da outra. A Astrologia Tradicional tem se expandido entre os profissionais jovens e experientes, permitindo a recuperação e a disseminação do uso de antigas ferramentas e técnicas que visam antever o futuro. Mas, afinal, o que esperar de uma previsão? Ela é sempre certeira? Proponho, neste artigo, discutir a possibilidade de prever acontecimentos com base em meus estudos e experiências.

A Astrologia não se difere de qualquer outro saber humano no que tange a necessidade de pensá-la a partir de um contexto social e histórico. O que é o casamento para um hindu é diferente do que é o casamento para um norte-americano. O que é o casamento para uma pessoa do século XXI não é o casamento para uma pessoa do século XV. Isto se estende para todos os outros assuntos humanos: o número de filhos hoje, num país desenvolvido, tende a ser menor que o número de filhos que de um tempo atrás. A fama moderna não é a mesma fama do período medieval. As chances de se morrer por varíola, por exemplo, não é a mesma da época dos nossos avós. Assim, podemos perceber que não se pode olhar para os ensinamentos astrológicos como receitas universais e permanentes, mas é preciso, antes de tudo, adequá-la ao contexto no qual ela está sendo explicada. Por isso, antigamente poderíamos ser mais flexíveis ao colher testemunhos de nascimento de filhos no mapa do nativo, ao passo que hoje, em razão da cultura e dos métodos contraceptivos, devemos ser cautelosos, pelo menos em algumas sociedades do mundo. Tenho percebido que, ao analisar uma Revolução Solar junto a ferramentas de cronocracia (firdária, direção e profecção), o que o astrólogo encontra no mapa natal são os eventos mais prováveis de se acontecer e, a não ser quando algo se manisfesta de forma concisamente explícita, fica complicado fazer uma afirmação absoluta: o astrólogo não é um médium ou advinha, mas sim um estudioso.

Quando digo isto, não estou querendo isentar o astrólogo do erro, mas dizer que a atividade de prever talvez deva ser encarada de outra forma. É comum economistas, astrofísicos, analistas políticos, estatísticos e astrólogos errarem previsões, mas se o fizerem com frequência, talvez estejam na profissão errada. A questão é: com bom embasamento teórico e experiência prática, estes profissionais conseguem acertar ou ao menos se aproximar muito da realidade, e para quem se vale deste conhecimento, certamente a previsão se faz de grande valia para a vida.

Isto vale em especial para a Astrologia Natal e Mundana, mas menos para a Astrologia Horária, que foi desenvolvida para responder a perguntas específicas, de modo que se as regras de análise forem seguidas e a pergunta tenha sido sincera e madura (ou seja, salvo as que são repetidas várias vezes ao oráculo ou que partem de uma futilidade), os resultados devem ser bem assertivos.

Há casos em que se deseja saber os mínimos detalhes de uma previsão. A qualidade dos signos, os significados das casas e dos planetas, as recepções e outros pontos do mapa ajudam a lapidar o julgamento, mas quanto mais a questão se distancia do nativo, mais difícil é dar forma ao que foi identificado. Como o mapa natal nos coloca como centro de uma trama, obviamente é mais nítido saber do personagem principal do que de seus pais ou esposo/a. Estes ainda são satisfatoriamente descritos, mas quando se pergunta do irmão do esposo, do pai da mãe, da vizinha do chefe ou do veterinário do cachorro, aí temos um sombreamentos destes personagens e seus assuntos.

Concluindo, o astrólogo vai trabalhar o máximo possível para ser certeiro em suas previsões e dar um quadro nítido do destino para seu cliente, mas é necessário afastar as obsessões de afirmar todos os eventos e seus pormenores devido às variáveis pertinentes ao contexto. Se a variável astrológica fosse a única possível, a ativação da casa 5 num mapa fértil e sem impedimentos seria o suficiente para prever filhos, mas é preciso levar em conta a força do mundo externo e, por isso, quanto mais testemunhos sobre um tema, mais seguro o julgamento.

Guilherme de Carli

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