Este estudo tem como objetivo demonstrar alguns testemunhos astrológicos da vida e personalidade de John Wayne Gacy, um dos mais conhecidos serial killers norte-americanos. Gacy foi responsável pelo abuso, tortura e assassinato de mais de 30 rapazes entre 1972 e 1978, sendo condenado à prisão e à pena de morte após longo julgamento e avaliação psiquiátrica.
[Lembrando que a Astrologia, ao contrário do que é dito, não fala sobre a influência dos astros. Não há uma relação de causalidade, e sim de espelhamento. Leia mais aqui.]
Nascido no dia 17 de Março de 1942 às 00:29 em Chicago, John Wayne Gacy era uma ativa personalidade do Estado de Illinois envolvido em diversas ocupações sociais que iam desde sua participação como membro da Defesa Civil a líder de comissões religiosas na Igreja Católica, empresário e tesoureiro de partido político. Nas horas vagas, também vestia-se de palhaço para divertir crianças em hospitais e festas beneficentes. Gacy chegou a ser eleito o “Homem do Ano” em Chicago.
Quem acompanhava sua vida pública, jamais poderia imaginar que Gacy se tornaria um serial killer que atraía garotos para sua casa, na maioria das vezes oferecendo uma oportunidade de emprego em sua empresa, e que ganharia a fama de “Palhaço Assassino”, já que abusava de suas vítimas na fantasia de um dos seus trabalhos.
Descobriu-se, posteriormente, que John Wayne Gacy tivera sua infância corrompida pelos abusos sexuais, espancamentos e humilhações de um pai alcoólatra. Aos 11 anos de idade, chegou a sofrer um traumatismo craniano após um golpe na cabeça, gerando um coágulo que só foi diagnosticado cinco anos depois da agressão.
Vamos observar as interações dispostas em seu mapa.
O Ascendente está no primeiro grau do signo de Sagitário em antíscia (conjunção oculta) com o Lote do Pai a 29º de Capricórnio, um sinal claro do impacto da figura paterna em sua biografia. Saturno representa o pai não apenas porque é regente do Lote que lhe diz respeito, mas também porque o nativo nasceu durante a noite. Nesta carta, vemos Saturno posicionado na casa 6, porém no décimo segundo signo a partir de Júpiter, regente do Ascendente – ponto que versa sobre o corpo e a mente do nativo. Por derivação, Saturno na casa 12 a partir de Júpiter indica que o pai foi a ruína da mente e do corpo de John W. Gacy. Tal astro também se encontra em conjunção aplicativa à Algol, estrela associada a acidentes no pescoço, o que condiz com o fato de muitas de suas vítimas terem sido estranguladas.
Vênus é a dispositora de Saturno e com ele se encontra em recepção mútua: Vênus em Aquário (signo regido por Saturno) e Saturno em Touro (signo regido pela Vênus). Ela se aplica por um trígono perfeito à Júpiter; se por um lado isto o ajudou a ganhar prestígio (até porque a Vênus rege também a casa 11), por outro levou ao desenvolvimento estreito de seus prazeres mórbidos. Vênus é uma significadora essencial de prazeres e, por estar em Aquário, ela “ama” Saturno próximo a Algol.
Dois fatos poucos sabidos: em primeiro lugar, a Vênus é o planeta que representa a fé (Júpiter simboliza sistemas de crenças). No mapa de Gacy, ela se encontra na casa 3 (fala, escrita) nesta relação de amores com Saturno e trígono a Júpiter. O Palhaço Assassino, em sua confissão, admitiu gostar de ler versículos da Bíblia enquanto abusava de suas vítimas. Em segundo lugar, Saturno é o planeta que representa palhaços na Astrologia Tradicional, por ele significar os disfarces, as máscaras e afins. Dizem que todo palhaço esconde profunda tristeza.
Júpiter, regente do Ascendente, está na casa 7 em conjunção a Marte, um planeta relacionado à violência. Nesta carta, Marte tem poder tanto sobre a casa 5, relacionada a crianças e festas, quanto a casa 12, relacionada às ocultações, aos sequestros, às perturbações mentais e aos hospitais. John W. Gacy fazia a “festa” nos hospitais infantis. Mercúrio é o regente da casa 7 (se o Ascendente é o “meu corpo”, a casa 7 é o “corpo do outro”). Mercúrio está em Peixes duplamente debilitado na casa 4 e conjunto ao Nodo Sul, um ponto maléfico. Perceba que há uma recepção mútua entre Júpiter e Mercúrio, um “amando” o outro. “Amar” é uma metáfora, claro, que neste caso indica interesse. As vítimas de Gacy não eram raptadas do nada, mas atraídas até ele por propostas de emprego ou dinheiro, ou seja, elas tinham interesse nele.
Mercúrio, “os corpos dos outros”, está na casa 4 (aquilo que está debaixo da terra), que representa tanto a casa física de Gacy quanto o fato de seus corpos terem sido enterrados em seu subsolo. O posicionamento de 0º de Peixes representa que Mercúrio perdeu dignidade logo após seu nascimento, indicando a desintegração do outro em sua vida.
A Lua rege a casa 8 (morte) e está combusta pelos raios do Sol também no signo de Peixes, portanto igualmente sob o poder de Júpiter. Um planeta em combustão está invisível pela aproximação excessiva ao brilho do Sol, que cega quem estiver por perto. Os 33 jovens assassinados permaneceram desaparecidos por anos até a confissão de Gacy. Vale notar que a Lua está fora de curso e o último planeta com o qual ela formou aspecto fora Saturno.
Apesar dos maus tratos na infância, o laudo psiquiátrico confirmou que Gacy estava plenamente consciente de suas ações, e foi diagnosticado como mentiroso patológico, sociopata e multipolar. Em certos momentos, Gacy mostrava-se frio e tentava justificar seus crimes com declarações homofóbicas (“Eles eram apenas um bando de gays e vagabundos” — sobre suas vítimas).
O primeiro assassinato de Gacy aconteceu em 1972, aos seus 30 anos de idade. Era profecção de Gêmeos, signo da casa 7 (o corpo do outro), e o Mercúrio da Revolução Solar formava uma oposição perfeita à Vênus do mapa natal, enquanto o Saturno da Revolução formava uma oposição perfeita ao grau do Ascendente natal. Naquele ano, Júpiter estava corrompido em Capricórnio, sua queda.
Sua morte ocorreu em Maio de 1994, aos gritos de comemoração por aqueles que acompanharam o julgamento.
Guilherme de Carli
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