O que é uma conjunção e como analisá-la?
A conjunção é um conceito astrológico usado para exprimir o efeito de dois ou mais astros situados no mesmo signo. É comum considerarmos a conjunção como um quinto aspecto ao lado da oposição, do trígono, da quadratura e do sextil, mas tal definição é imprecisa, pois os aspectos colocam dois signos em relação, enquanto a conjunção ocorre somente no mesmo zoidion (ζῴδιον). O que diferencia a conjunção dos aspectos, além disso, é seu caráter de fundir a característica de dois ou mais astros, e tal fusão é mais forte quanto mais próxima.
Para ilustrar, um astro a 0º de Libra está conjunto a outro a 29º de Libra, mas não a um que se encontra a 29º de Virgem, signo anterior, por mais que estejam fisicamente próximos. Alguns astrólogos modernos consideram essa segunda situação como uma “conjunção fora de signo”, considerada mais fraca, opinião também do Al-Biruni (sec X), que destoa dos demais autores da tradição. O que se pode considerar, tanto pela teoria quanto pela prática, principalmente em astrologia horária, é que se o astro a 29º de Virgem (para manter o exemplo) foi o último astro tocado pelo astro a 0º de Libra, este astro em questão carrega a luz do último, mas não é a mesma coisa que estarem conjuntos (características fundidas). Essa configuração costuma acontecer mais com a Lua do que com os demais.
Há também algumas subclassificações facultativas da conjunção: uma conjunção perfeita (ou, seguindo os autores helenísticos, a pelo menos 3º de distância) pode ser chamada de corpórea ou simplesmente de conjunção, enquanto as demais são chamadas de copresença. Copresença e conjunção podem ser consideradas sinônimos igualmente, o que importa é saber que, quanto mais próximos os astros, mais relevante é o evento, e quanto mais distante ao longo do signo, mais genérica.
O astrólogo Patrick Watson tem uma metáfora interessante: uma conjunção distante de Marte e Júpiter (ex: Marte a 2º e Júpiter a 20º do mesmo signo) é como nuvens escuras anunciando uma tempestade, com trovões a distância, ao passo que uma perfeita (mesmo grau) seria como um raio atingindo a rede elétrica.
Para complexificar a questão, cabe observar se a conjunção ocorre não apenas por longitude, mas também por latitude, tornando-a ainda mais poderosa e singular. Outro detalhe é ver se ela é aplicativa (os astros se aproximam) ou separativa (os astros se afastam), sendo a primeira mais importante.
Como interpretar uma conjunção?
Primeiramente, é necessário dizer que não há uma qualidade benéfica ou maléfica intrínseca a este evento, sendo sua natureza muito dependente dos astros envolvidos e do signo e da casa onde se encontram. Em linha gerais, uma conjunção na casa 11 é mais desejável que na 12. Uma conjunção com Vênus e Júpiter é mais desejável do que com Marte e Saturno. Se for com o Sol, é preferível que estejam fora do alcance dos seus raios incandescentes. Uma conjunção onde o astro tem dignidade é bem melhor do que onde ele tem debilidade. Todas essas pontuações podem variar de acordo com as características específicas de cada mapa, e é comum que a maioria das conjunções tenham vantagens e desvantagens ao mesmo tempo.
Aqui vão algumas dicas:
Guilherme de Carli
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