OS SIGNOS DO ZODÍACO E SEUS SÍMBOLOS

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OS SIGNOS DO ZODÍACO E SEUS SÍMBOLOS

ÁRIES

O animal-símbolo do signo de Áries é o carneiro, um ser provido de chifres bem tortos que concentra toda a sua força em sua mais potente arma: a cabeça (no ariano, as ideias). Com suas extensões córneas, o carneiro enfrenta seus adversários sem perder a vitória de vista ou até que suas próprias energias se esgotem mesmo às custas de sua integridade, pois não reconhece limites. É interessante notar que, antes do ataque, o carneiro recua vários passos como forma de concentrar energia para uma investida mais eficaz. Quando simplesmente cabeceia por impulso, raramente o ataque é efetivo.
De um ponto de vista espiritual, o carneiro recebe a luz e o calor do Sol e presenteia o mundo com sua lã. Esta, por sua vez, é dele extraída para aquecer os que não possuem uma proteção natural contra o frio e as mazelas do ambiente. A lã representa o nível que o ariano precisa buscar para dar corpo e durabilidade a suas ideias.

TOURO

Touro é o animal-símbolo do signo que leva esse mesmo nome. Não poderia ser outro o representante da primeira energia de terra do zodíaco na modalidade fixa: o touro é um ser lento, pacífico e paciente, mas que, quando provocado, se enfurece como nenhum outro e ataca com brutalidade quem ameaça seu espaço. O movimento centrífugo do golpe aplicado com seus chifres visa atirar o adversário para longe, instigando-o a fugir. Antes de atacar, dá sinais de impaciência, arrastando as patas no chão e alargando as narinas de forma ameaçadora. Do mesmo modo, o taurino enraivecido alerta que é melhor ser deixado sozinho: é visível sua ira antes de explodir. Aqueles que não saem do seu caminho, podem ser pisoteados “até a morte”.
O touro é um ruminante e passa a maior parte do tempo concentrado no seu processo metabólico. A alimentação lhe é uma vivência interior muito importante e perpassa por várias etapas até a digestão tornar-se completa. Assim, o taurino reflete isso na própria vida e precisa de mais tempo para aceitar certas situações. É difícil “engolir” aquilo que lhe desagrada, e a sensação vem e vai como a grama ingerida pelo touro, que está sempre a engolir, mastigar, regurgitar, mastigar, engolir novamente e assim por diante.

Gosta de pastagens abundantes, planas e abertas, onde pode desfrutar do conforto e da segurança do solo, com o qual é fortemente ligado. É apegado ao seu rebanho e zela pela sua manutenção.

Como sua cabeça é pesada e seu chifre pontiagudo, o touro pode ferir a si mesmo ao olhar para trás. Por outro lado, seu comodismo pode fazer-lhe empacar.

O touro também é um animal forte e resistente culturalmente usado para trabalhos pesados. Por não ser muito dinâmico, consegue aceitar melhor o ritmo e a rotina, construindo bases sólidas ao arar a terra para o bom cultivo. Dessa forma, transforma e enriquece o ambiente a sua volta a longo prazo.

GÊMEOS

Gêmeos, simbolizado por duas crianças irmãs, é o primeiro signo humano e bicorpóreo do zodíaco. A própria referência do nome já nos faz pensar na dualidade que esse signo carrega, dotado de grande multiplicidade, mas também de interdependência entre as partes. As crianças são leves, despreocupadas, alegres e gostam muito de brincar. Mais do que isso, é por meio das brincadeiras e dos jogos que elas aprendem a infinidade de informações que o mundo lhes oferece. São dependentes de um olhar adulto e responsável que deve orientá-las e protegê-las. Mas as crianças são, por muitas vezes, desobedientes e se colocam em situações de risco de forma ingênua. Também carregam uma espécie de “malícia inocente”, fazendo mal a outras pessoas com suas travessuras porque não percebem as consequências de seus atos. Para elas, tudo não passa de diversão.

As crianças são criativas e não se prendem muito à realidade. Através da imaginação, transformam o mundo a sua volta com as imagens criadas em sua própria mente. Elas se distraem muito fácil porque se interessam por tudo, mesmo que por pouco tempo. Mudam de ideia rapidamente: uma hora sonham em ser bombeiros, outra querem ser médicos e por aí vai…

Por se conectarem fortemente ao presente, as crianças conseguem perdoar com mais facilidade. Vivenciam muitas mudanças de humor no mesmo dia, indo do riso ao choro. Suas carências devem ser supridas, mas é necessário estimular o desenvolvimento das crianças para uma vida adulta responsável e independente.

CÂNCER

Câncer é o primeiro signo do elemento água do zodíaco e sua modalidade é cardinal. Representado pelo caranguejo, crustáceo provido de uma forte carapaça composta por cálcio, Câncer é o signo da proteção por excelência.

O caranguejo é um animal que transita entre a terra úmida e a água carregando sempre seu escudo ao redor do corpo. Faz sua própria toca cavando buracos no chão, onde pode se manter oculto e fora do alcance dos predadores. Tal qual os cancerianos, o caranguejo anda para frente com muita cautela e atenção, mas possui toda segurança e agilidade quando precisa recuar. Ao se sentir ameaçado, não hesita em voltar para sua toca, ainda que possua pinças com as quais possa se defender. Essas pinças, inclusive, têm a função de “segurar”. Elas agarram bem forte qualquer coisa ao seu alcance, representando a necessidade de manutenção dos entes queridos do canceriano.
O caranguejo, com sua carapaça, é duro por fora, mas mole por dentro. De tempos em tempos, precisa se recolher em prol de seu crescimento, processo no qual abandona seu velho escudo e faz crescer um novo no lugar. Esse é um período de grande vulnerabilidade para o canceriano, sendo importante o exercício da reflexão e da solidão.
O caranguejo é um animal extremamente fértil, podendo botar de 300 a 700 mil ovos. Durante o período de incubação, ele protege sua cria e, assim que os filhotes nascem, encaminham-se diretamente para o mar.

LEÃO

O leão é o animal-símbolo do signo que leva esse mesmo nome. O rei-da-selva possui uma aparência exuberante, coroado pela própria juba que o faz parecer muito mais grandioso do que realmente é. Sua força é denunciada por sua imagem física e provoca temor entre todos os outros animais. O leão tem paixão pela caça e, ao contrário do touro, sua ação é centrípeta, agarrando suas presas num abraço fatal e arrastando-as para seu território. As garras do leão são extremamente afiadas e duras, capazes de dilacerar e levar suas vítimas a óbito mesmo que consigam fugir, graças ao sangue vertido do ferimento.

O leão possui um bando, pois não é um animal solitário como o tigre. Protege seus filhotes mantendo-os sob vigilância constante, de modo dominador, e afasta seus inimigos com o mais forte rugido entre todos felinos, estufando o tórax como se seu coração brilhasse em seu peito. Ainda que tenha todo aquele tamanho, é capaz de saltar com certa graciosidade. O leão, após satisfeito, desfruta de suas ações repousando. Entre esses animais, as fêmeas caçam em grupo, ao passo que o macho cuida do lar.

VIRGEM

O signo de Virgem não é o único com muitas representações possíveis, entretanto, é mais comum que seja simbolizado por uma mulher angelical ou pela Virgem Maria segurando o Menino Jesus em seu colo sagrado. Tanto em uma como em outra, a imagem indica pureza, inteligência superior e humildade perante a vida. Virgem é o segundo signo regido pelo Mercúrio, onde ele também se exalta, indicando a maturidade de um planeta capaz de viajar do céu ao inferno para levar a palavra dos deuses. É, portanto, o signo do servir, assim como a Mãe de Deus concedeu seu ventre para gerir o Salvador. Toda essa simbologia transparece a proteção conferida por esse arquétipo: tal qual o botão de rosa que se fecha ao mundo enquanto protege algo muito belo e precioso em seu interior, a Virgem Maria acolhe seu filho no manto sagrado. Em algumas tradições, a Mãe de Deus é representante da Sophia cósmica, a sabedoria, imaginada junto à Lua Nova, pura, intocada, ingênua.

LIBRA

Para quem tem um conhecimento básico de Astrologia, não é difícil entender porque o signo de Libra é representado pela balança. A balança foi um objeto criado para indicar equilíbrio entre as relações comerciais e econômicas no geral, por isso ela é também símbolo do Direito e da Justiça humana, já que seu propósito é perceber os pesos de ambas as parte e apontar os excessos e faltas dessa interação de forma imparcial. Está, por assim dizer, totalmente sujeita às forças externas da gravidade tal qual o libriano, que recebe os estímulos do mundo e necessita ponderar sobre eles a fim de se chegar a uma decisão. Quando os pesos possuem valores muito próximos um do outro, a balança demora para estabilizar seus braços, como se ficasse indecisa de qual é a melhor solução a se tomar. Segundo uma ótima colocação de Erika Dühnfort, a balança opera melhor quanto mais o centro nega a si mesmo, ou seja, quando entende as necessidades do ambiente a sua volta.

ESCORPIÃO

O signo de Escorpião, tamanha a sua complexidade, pode ser representado por três animais distintos de acordo com a descrição que pretendemos simbolizar. O primeiro desses animais-símbolo é a serpente, graças a sua marcante participação nos escritos sagrados judaico-cristãos, sendo o disfarce do qual o diabo se utilizou para seduzir, através de suas habilidades persuasivas e inteligência sagaz e maliciosa, os primeiros seres humanos a cometerem o pecado original e serem expulsos do Paraíso. Já o segundo animal-símbolo é o próprio escorpião, ser que vive às sombras do mundo, agindo longe dos olhos de seus inimigos e se alimentando de detritos e pequenos insetos. O escorpião é um animal super resistente, não só pelo exoesqueleto que lhe confere proteção, mas pela sua capacidade de sobreviver por mais de um ano sem alimentação e água. Suas pinças substituem a língua da cobra (diabo) no que se refere à capacidade de manipulação: com a cobra, seduz-se unicamente para o mal, com o escorpião, manipula-se pela estratégia, sendo o “bem” ou o “mal” uma opção ou necessidade de sobrevivência. Há uma lenda em que o escorpião, ao ser cercado por um círculo de fogo, inocula veneno a si mesmo para evitar seu sofrimento. Obviamente ele é imune à própria toxina e não poderia morrer com ela, mas essa imagem pode representar a tendência à autossabotagem dos escorpianos. A sua transformação e regeneração, contudo, são melhor lidas por meio do processo de troca do exoesqueleto, configurando no seu “renascimento” após abandonar uma velha casca (a visão da fênix). Por fim, o terceiro animal-símbolo é a águia: ave que recupera a inteligência perspicaz da serpente e a estratégia do escorpião: a águia raramente erra seu alvo após avistá-lo das alturas e, com precisão, captura o que está no solo e eleva aos céus. Como o “rei dos pássaros”, o escorpiano sai das sombras (o interior do ovo) e passa a ser o soberano dos ares.

SAGITÁRIO

Diferente da maioria do zodíaco, Sagitário é um signo representado por um ser mitológico, o centauro. A imagem imóvel do centauro representa o Homem se elevando a algo inferior, o cavalo, sem dele conseguir se separar, como se houvesse um dilaceramento interno. Trata-se, claro, não de um julgamento de valor, mas de uma simbologia do Espírito (consciência) que busca dominar sua alma e corpo (emoções) ainda presos aos prazeres mundanos. O centauro é descrito como um ser movido por paixões, propenso às aventuras e grandes viagens, mas ao mesmo tempo como grandes contempladores e estudiosos dos céus. Eles admiram a noite e recebem a luz das estrelas, imaginando tudo o que pode estar no além. São sábios, porém muito passionais e ferozes. A principal arma do centauro é o seu arco e flecha, com o qual destrói seus inimigos e protege seus ideais. Da mesma forma, o sagitariano é movido por suas metas a longo prazo, estudadas pela mira da seta primeiramente tensionada, e depois lançada a toda velocidade.

Os centauros podem ficar muito tempo longe de casa, mas necessitam, de tempo em tempo, retornar às suas origens, nunca as abandonando completamente. Por isso, o sagitariano é um amante da liberdade, mas precisa de acolhimento em certos períodos. Sentem falta de sua infância como nenhum outro, e por isso não conseguem amadurecer completamente.

CAPRICÓRNIO

O último signo de terra do zodíaco, Capricórnio, é representado pela cabra-montanhesa. Trata-se de um animal que vive em ambientes inóspitos e frios, com pouca vida vegetal. Essas cabras possuem uma estrutura física ideal para escalar destemidamente grandes altitudes, atingindo o topo das montanhas com destreza e facilidade. Nasceram para contemplar o mundo do alto, ainda que tenham que se equilibrar em um espaço muito estreito, tal qual o capricorniano que ascende na sociedade a qualquer custo através de seu esforço. As quatro patas do animal podem se tocar ao mesmo tempo, fincando-as com firmeza no chão e mantendo o corpo em perfeito equilíbrio, significando que o capricorniano é capaz de permanecer em pé através de suas estruturas sólidas mesmo em situações desfavoráveis. O conforto, para esses animais, é secundário, pois estão acostumados com a dor. Não vale a pena ter-lhes pena: as cabras-montanhesas gostam dos desafios da vida e, ambiciosas, sempre estão se preparando para dar um pulo maior.

Há também forte energia sexual nas cabras da montanha. Elas exalam um cheiro forte durante o período fértil e tornam-se obcecadas pela cópula, como se esquecessem os limites. Entretanto, satisfazem-se com apenas um parceiro e não veem necessidade de trocá-lo. Vale também lembrar que o macho da espécie, o bode, é usado como símbolo do diabo, a entidade dos prazeres sexuais, graças aos seus grandes chifres pontiagudos e a sua barba, assemelhando-se grotescamente a um ser humano. Quando o Sol ingressa no signo de Capricórnio, no Hemisfério Norte, dá-se início ao inverno mais rigoroso, onde as noites ficam longas e a escuridão predomina.

AQUÁRIO

O segundo signo de Saturno, Aquário, é representado por um homem carregando uma ânfora, uma espécie de vaso antigo normalmente pintado com fatos da Grécia Antiga. Esse objeto é aberto em sua parte superior, portanto capaz de receber algo de cima, assim como o aquariano que está sempre conectado ao mundo das ideias. A ânfora é feita de barro e consegue preservar a água fria em seu interior, protegendo-a do calor ambiente. Entretanto, ao olhá-la de outros ângulos que não o superior, não é possível saber o que nela está guardado: a ânfora mantem algo oculto e inacessível à luz. O homem carrega o objeto ao lado do seu corpo, sem destacá-lo, representando a impessoalidade de Aquário que não busca deixar sua marca no mundo. A própria ânfora possui duas asas simétricas possibilitando que mais pessoas a carreguem de forma igual, sem que uma tenha que levantar mais peso que a outra ou segurá-la de forma diferente. Ela é hábil a preservar algo que salve ou destrua a vida, podendo conter a cura ou o veneno.

PEIXES

Finalmente chegamos no último signo do zodíaco, Peixes, representado por dois peixes nadando em direções opostas. Naturalmente, trata-se de um signo do elemento água e a imersão dos peixes representa o mergulho do ser na dimensão inconsciente, um lugar onde a luz consegue penetrar até certo limite e, depois, já não é possível enxergar existe além. Os peixes são extremamente férteis e podem botar centenas de milhares de ovas por vez, sendo muitas delas devoradas por outros animais, como se eles se preocupassem mais em alimentar os outros do que com sua reprodução. Essa imagem denota a diluição do pisciano no meio, doando uma parte de si em sacrifício de algo maior. Os peixes são fortemente conectados ao ambiente, sendo capazes de sentir qualquer alteração vibratória na água como se seu sentido de tato transcendesse o próprio corpo. São também desapegados, nadam sempre para frente em busca de alimento, enquanto seu filhotes, suas criações, ficam para trás por sua própria conta. Do mesmo modo, o pisciano se desprende facilmente das coisas do mundo e não se importam com a permanência material, já que sua existência está mais voltada para o Cosmo, como a do peixe para as águas. Sua representação dual nos remete à multiplicação dos peixes por Cristo, que gera abundância através do Amor. Por isso, o signo de Peixes tem o potencial da cura espiritual que se coloca com união das partes em um ser Uno. Basta observar os cardumes que, embora sejam compostos de inúmeros seres individuais, ao ser olhado de longe, parece um só, pois se movimentam sempre na mesma direção. Porém, cada parte mantêm sua unidade e é capaz de se mover livremente, significando que a união com o grupo se dá de forma consciente.

Guilherme de Carli
Referência: Vom gröbten Bilderbuch der Welt, Erika Dühnfort