A QUESTÃO DA REBELDIA NO SIMBOLISMO DE ÁRIES E AQUÁRIO

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A QUESTÃO DA REBELDIA NO SIMBOLISMO DE ÁRIES E AQUÁRIO

Autoria desconhecida da imagem 

Qualquer discussão aprofundada sobre os signos do Zodíaco deve levar em conta seus planetas regentes. Ao tratarmos de Áries e Aquário, conforme estou propondo neste texto, faz-se imprescindível trazer Marte e Saturno para o centro do debate.

Áries é um signo do elemento fogo, portanto masculino e ativo, bestial, de modalidade cardinal e regido por Marte, o “pequeno maléfico”, planeta que simboliza as guerras, as rupturas, os cortes e a violência. Por outro lado, Aquário é um signo do elemento ar de modalidade fixa, também masculino e ativo, porém humano, regido por Saturno, o “grande maléfico”, planeta da morte, da miséria, da enganação, da escassez, da estrutura e do tempo. Áries e Aquário são signos que permitem com que os planetas neles posicionados se enxerguem por um sextil, aspecto harmônico de 60º, compartilhando algumas aparentes similaridades, dentre elas, a rebeldia. 

A associação estreita que vem sendo estabelecida entre Urano e Aquário fez com que, no sendo comum, Saturno deixasse de fazer sentido (ou fizesse menos que antes) como regente deste signo, que passou a ser reduzido a uma ideia de simples rebeldia. O problema maior é que procuram explicar essa faceta do signo com base na descrição outorgada a Urano, dificultando a compreensão dos estudantes de Astrologia sobre a verdadeira conexão, fragilizada atualmente, entre Saturno e Aquário. Neste sentido, Áries deixou de ser entendido como um signo que proporciona aos planetas uma característica ainda maior de rebeldia e potencial de romper com uma estrutura pré-estabelecida. 

Vamos compreender melhor essa questão. Saturno rege dois signos consecutivos: Capricórnio e Aquário. Enquanto no primeiro o Grande Maléfico se opõe ao território da Lua (Câncer), no segundo a oposição se dá em relação ao domínio do Sol (Leão). Isso acontece porque os luminares são os doadores de vida: ao passo que o Sol é força vital, a Lua é força de nutrição. Já Saturno, por sua vez, é demasiadamente frio e seco; ele drena os ossos da carne, representando a morte, o apodrecimento e o fim das coisas. Ergue seu domínio em Aquário para destronar o Sol, astro dos reis, imperadores e governantes. Saturno é aquele miserável que vive invisibilizado e clama por uma sociedade sem hierarquias, por um poder impessoal, frio e disseminado. Dessa forma, sua rebeldia é fruto da disrupção da força criativa e centralizada do Sol. O próprio astro-Rei, ao transitar por Aquário, expressa sua natureza por oposição às normas, porque se depara com os limites saturninos, algo que o Sol detesta (não à toa ele se exalta em Áries, domínio de Marte, que rompe as barreiras). Um erro muito comum é confundir o “signo de Aquário” com o “Sol em Aquário”, que é um posicionamento de má condição celestial no qual o nativo que o possui normalmente busca diferenciar-se a qualquer custo do meio, transparecendo arrogância e autoridade. É também preciso ver o contexto no qual a pessoa está inserida, já que Aquário é um signo de ideias fixas e, desta forma, pode atribuir às visões de mundo uma forma absolutamente reacionária. E por ser fixo, também, não deixa de buscar um novo reordenamento.

A rebeldia de Áries, contudo, origina-se de uma perspectiva diferente. Sendo o primeiro signo do zodíaco, regido por Marte, Áries se apresenta como o primeiro portal para o mundo da matéria. Nele, o ser humano se vê diante do desconhecido e somente um espírito corajoso pode lhe dar o impulso necessário para colocá-lo em movimento e abrir caminho meio à mata fechada. Nenhum obstáculo pode pará-lo: o ariano típico não conhece limites (diferente de Aquário, que é regido pelo planeta dos limites)! É um guerreiro nato, nascido para liderar toda a tropa que vem a seguir. O planeta que se vale das características de Áries não se contém: avança e enfrenta o perigo ou qualquer um que se interpor entre ele e sua liberdade. Naturalmente, isso se dá de maneira imatura, porque Áries é o primeiro e está sujeito a adquirir experiência através de seus próprios punhos. O ariano típico é impulsivo e destroi tudo pela frente, sendo fadado a cometer muitos erros ao longo da vida. Ele corta a planta que servirá de antídoto para seu envenenamento, mas descobrirá isso tarde demais.

 

Guilherme de Carli
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